quinta-feira, 24 de julho de 2014

10 filmes para assistir antes do Enem

Obras cinematográficas são excelente opção para conciliar lazer e estudo


O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) acontece em dois dias. Depois de um longo ano de preparação, é hora de descansar a mente e o corpo, mas ainda assim é bom ficar por dentro dos temas que podem aparecer na prova. Encontramos uma forma de você estudar, descansar e se entreter ao mesmo tempo: uma lista com dez filmes que retratam temas ligados à matriz curricular do Enem. Escolha alguns e divirta-se!
Cena de Chaplin em Tempos Modernos (Foto: wikimedia commons)Cena de Chaplin em Tempos Modernos (Foto: wikimedia commons)
Tempos Modernos (1936)
Produzida e estrelada por Charles Chaplin, a obra é uma crítica ao Fordismo e também à alienação dos operários. O filme permite que os participantes do Enem entendam as relações de trabalho do início do século XX, em que os homens eram vistos como peças de máquinas, de acordo com a crítica de Chaplin.


O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias(2006)
Mauro é um menino de apenas 12 anos que gosta de futebol e jogo de botão. De repente, seus pais saem de férias sem nenhum motivo aparente. A viagem dos pais de Mauro é na verdade uma fuga, seus pais foram obrigados a fugir do regime militar. A película é uma excelente forma de entender a ditadura militar e suas consequências para toda a sociedade brasileira.  

Outros filmes sobre a Ditadura Militar são O que É Isso, Companheiro? (1997) e Zuzu Angel (2006).
Adeus, Lênin! (2003)
Inspirado na queda do Muro de Berlim e na reunificação alemã, Adeus, Lênin! conta a história de Alexander, jovem alemão cuja mãe entra em coma por oito meses. Quando a mãe volta para casa, o jovem usa todos os seus esforços para impedi-la de perceber que o Muro de Berlim caiu e o sistema capitalista fora implantado em todo o país. Por se identificar fortemente com os ideais soviéticos, a mãe de Alexander poderia morrer ao tomar consciência dos acontecimentos.

História de Olga Benário virou filme (Foto: Divulgação)História de Olga Benário virou filme (Foto: Divulgação)
Olga (2004)
O filme conta a história de Olga Benário, judia, alemã e comunista encarregada de acompanhar Luís Carlos Prestes ao Brasil para comandar a Intentona Comunista. Olga é presa com Prestes  e deportada pelo governo Vargas para a Alemanha nazista. O longa metragem é uma boa oportunidade para entender a  Era Vargas, as experiências nazifascistas pelo mundo e as diversas questões da Segunda Guerra Mundial. 

Outros filmes que retratam o mesmo período da história contemporânea são A Vida É Bela (1997), O Menino de Pijama Listrado (2008) e A Lista de Schindler (1993). 
Central do Brasil (1998)
Apesar de já ter sido tema da redação de 2012 do Enem, migração é um tema que pode voltar à prova este ano. Por isso, vale a pena conferir a sequência Central do Brasil, que narra o destino de Dora e Josué. A senhora atravessa o país junto ao menino para tentar encontrar seu pai. Durante a viagem, os dois enfrentam obstáculos e se deparam com a realidade dos que migram pelo Brasil em busca de melhores condições de vida. Outro filme que explica as relações de migração é Faroeste Caboclo (2013).

Lincoln (2012)
A obra relata o interesse do ex-presidente americano Abraham Lincoln de aprovar a emenda constitucional de abolição da escravidão na câmara; além das tensões entre republicanos e democratas para a aprovação da emenda. A narrativa é uma excelente oportunidade para os candidatos do Enem entenderem também a Guerra Civil Americana, que ocorreu entre 1861 e 1865.

Diários de Motocicleta conta parte da história de Che Guevara (Foto: Divulgação)Diários de Motocicleta conta parte da história de Che Guevara (Foto: Divulgação)

Diários de Motocicleta (2004)
Ernesto Guevara de La Serna foi um líder revolucionário e político. O filme, que narra usa história, é uma boa pedida para pensar no papel político dos jovens, além de contar a história da Revolução Cubana.  

Os Miseráveis (2012)
O filme se passa durante a Revolução Francesa, no século XIX, um dos mais delicados momentos da história contemporânea. Entre a Batalha de Waterloo e os motins de junho de 1832 – quando a população francesa era devastada pela cólera – a obra narra a história de Jean Valjean, que rouba um pão para alimentar a irmã mais nova e é preso por isso. Depois de cumprir pena em regime fechado, Jean é posto em liberdade condicional e tenta retomar sua vida. Veja o trailer de Os Miseráveis  

Invictus (2009)
O filme se passa em 1995, durante a Copa do Mundo de Rugby na África do Sul. Na época, Nelson Mandela era o presidente eleito e tinha um enorme desafio em mãos: unificar uma nação, até então segregada pelo apartheid, através do esporte. O filme conta este período e é uma boa opção para os participantes do Enem compreenderem o apartheid sul-africano. 

Lutero (2003)
Se a idéia for entender a Reforma Protestante, o Lutero é a melhor opção. A sequência narra a vida do religioso e reformador alemão Martinho Lutero, figura central do movimento protestante. Lutero foi o responsável por condenar o tráfico de indulgências na Igreja e criar as 95 Teses.
Veja o trailer do filme 

Brasil avança uma posição e é 79º no ranking do desenvolvimento humano

ONU calcula índice de 187 países com base em renda, educação e saúde.
No IDH 2013, Brasil está na faixa de países de desenvolvimento 'elevado'.

Nathalia PassarinhoDo G1, em Brasília









O Brasil avançou uma posição no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 2013 em comparação com o anterior e passou do 80º lugar para o 79º no ranking das nações mais e menos desenvolvidas, que reúne 187 países.
Os dados constam do Relatório de Desenvolvimento Humano de 2013, divulgado nesta quinta-feira (24) pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Arte índice de desenvolvimento humano 2013 (Foto: Editoria de Arte / G1)
O IDH é um índice medido anualmente pela ONU com base em indicadores de renda, saúde e educação. O índice varia em uma escala de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1, mais elevado é o IDH. O ranking divide os países em quatro categorias: os de índice de desenvolvimento "muito elevado", "elevado", "médio" e "baixo".

As Nações Unidas fizeram alterações no método de cálculo, o que modificou o índice do Brasil no IDH de 2012. Com a atualização dos cálculos, o país passou, naquele ano, da 85º posição para a 80º (leia mais abaixo a explicação sobre a metodologia).

De acordo com a metodologia atual, o Brasil registrou, em 2013, IDH de 0,744, ante 0,742 em 2012, o que inclui o país entre os de desenvolvimento "elevado".

Nas últimas três décadas, o país registrou crescimento de 36,4% no IDH, segundo a ONU – passou de 0,545 (desenvolvimento "baixo") em 1980 para 0,744 em 2013 (desenvolvimento "elevado)".

Em comparação com 2012, a maioria dos países se manteve estável no ranking de desenvolvimento de 2013. Das 187 nações das quais a ONU coleta dados, 38 países subiram, 114 mantiveram suas posições e 35 caíram.

A primeira colocação no ranking mundial permanece com a Noruega (0,944), seguida por Austrália (0,933), Suíça (0,917) e Suécia (0,915). Os Estados Unidos, que antes eram o terceiro país mais desenvolvido, caiu para a quinta posição, com 0,914. Os três piores colocados são os africanos Níger (0,337), Congo (0,338) e República Central da África (0,341).

De acordo com o representante residente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o argentino Jorge Chediek, o Brasil avançou muito nos últimos 30 anos, mas tem um “passivo histórico” de pobreza e desigualdade grande, o que dificulta um crescimento maior no ranking de desenvolvimento.

“O Brasil, em termos de desenvolvimento humano, mostra uma melhora consistente da condição de vida das pessoas nos últimos 30 anos. A nível global foi um dos países que mais melhorou nos últimos 30 anos”, avaliou.

Segundo Chediek, o relatório das Nações Unidas traz mais de 20 referências ao Brasil e elogios a programas de transferência de renda, como o Bolsa Família.

“Da nossa perspectiva o programa Bolsa Família é muito bem desenhado. Tem sido um grande sucesso e temos promovido a adoção dele em outros países. Esses programas de transferência de renda promovem a resiliência [capacidade de recuperação]. É um piso e nós defendemos piso de proteção social”, disse.

No texto do relatório, as Nações Unidas enfatizam esforços do Brasil em promover inclusão social e aumentar a capacidade de consumo da população mais pobre.
“Uma forma de avaliar o progresso de uma nação é calcular o crescimento do consumo entre os 40% mais pobres. Por esse cálculo, a Bolívia, o Brasil e o Camboja têm se saído bem. Nos três países, o nível de consumo dos 40% mais pobres tem sido mais acelerado do que o da população como um todo”, diz o documento.
Uma forma de avaliar o progresso de uma nação é calcular o crescimento do consumo entre os 40% mais pobres. Por esse cálculo, a Bolívia, o Brasil e o Camboja têm se saído bem. Nos três países, o nível de consumo dos 40% mais pobres tem sido mais acelerado do que o da população como um todo."
Relatório de Desenvolvimento Humano da Organização das Nações Unidas
Desigualdade
De acordo com a coordenadora do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, Andreia Bolzon, apesar do progresso continuado, o Brasil é um país com grande desigualdade. Segundo ela, é na distribuição de renda que as diferenças se mostram mais acentuadas.

A pesquisa da ONU traz um cálculo do IDH que “desconta” dos dados de saúde, educação e renda o nível de desigualdade do país. Pelo levantamento, o Brasil perderia 39,7% de seu IDH devido às desigualdades atuais na renda da população. Haveria ainda um desconto de 24,7% em função de diferenças de acesso à escolaridade. No total, o Brasil perderia 16 posições no ranking de desenvolvimento se fosse considerado o nível de desigualdade do país.
“O Brasil é um destaque entre outros países. É um dos países reconhecidos pela trajetória extremamente positiva. Mas o Brasil ainda é um país desigual, ainda que tenha diminuído com politicas de transferência de renda e formalização do emprego”, disse Jorge Chediek.
América do Sul e Brics
O Brasil está atrás de quatro países da América do Sul em nível de desenvolvimento humano – Chile (41º lugar), Argentina (49º), Uruguai (50º) e Venezuela (67º).  Entre outros vizinhos, fica na frente de Peru (82º) e Colômbia (98º).

De acordo com o levantamento das Nações Unidas, da América Latina, somente cinco países, entre os quais o Brasil, registraram melhora no índice de desenvolvimento humano na comparação com 2012. Outros nove pioraram e 19 mantiveram a posição.

Em relação aos países emergentes com as maiores economias, que formam o chamado grupo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o Brasil só perde no IDH para a Rússia, que registra 0,778 e é a 57ª colocada.
Escolaridade e expectativa de vida
Os dados de escolaridade no Brasil não mudaram em relação a 2012. A média de anos de estudo continua 7,2, a mesma desde 2010. O Brasil está abaixo da média da América Latina, que é de 7,9 anos.

A expectativa de anos de estudo também continua igual a 2010. De acordo com a ONU, uma criança de 6 anos que entrar agora na escola no Brasil deve continuar estudando por 15,2 anos.
De acordo com a coordenadora do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, Andreia Bolzon, apesar de os números permanecerem inalterados nos relatórios de 2012 e 2013, não é possível dizer que a educação no Brasil está “estagnada”.
Segundo ela, a ONU teve que usar dados de 2010 para a média de anos de estudo porque eram os números passíveis de serem comparados com a evolução dos demais países. Segundo ela, dados mais atuais revelam que o Brasil avançou para uma média de 7,6 anos de estudo.
A expectativa de vida do brasileiro teve ligeiro aumento no IDH 2013 – passou de 73,7 anos em 2012 para 73,9 anos em 2013. Entre 1980 e 2013, a expectativa de vida ao nascer aumentou 11,2 anos. A Renda Nacional Bruta per capita passou de US$ 14,081 mil em 2012 para US$ 14,275 mil em 2013.
Metodologia
De acordo com a ONU, o Índice de Desenvolvimento Humano leva em conta três fatores: dados de saúde com base na expectativa de vida ao nascer; de educação, com informações sobre média de anos de estudo da população adulta e anos esperados de escolaridade para crianças; e renda nacional bruta, que identifica os recursos que ficaram no país.

O IDH de 2013 abrange 187 países, a mesma quantidade de 2012 e 2011. O índice foi criado pelas Nações Unidas para se contrapor ao critério de crescimento econômico como única forma de analisar o desenvolvimento de uma nação. Para o organismo, a educação e a qualidade de vida dos povos também devem ser usados para medir o desenvolvimento.
O relatório de 2013 do IDH trouxe algumas modificações de metodologia em relação ao estudo de 2012. Uma das alterações diz respeito aos valores máximos dos índices. Antes, eram iguais aos valores máximos observados nos países analisados. Agora, são fixados em 85 anos para a expectativa de vida, 15 anos para a média de anos de estudo, 18 anos para a expectativa de escolaridade e US$ 75 mil para a RNB per capita (média de renda da população de um país).
A abordagem anterior, de números máximos observados, foi criticada porque o IDH de um país acabava por depender dos resultados de outros países que tiveram valores utilizados como máximo. Outra mudança realizada diz respeito à forma como os indicadores de educação são agregados.
O cálculo geométrico dos dados usado anteriormente foi criticado sob o argumento de que um país desenvolvido "típico" tem um valor maior na expectativa de escolaridade do que a média de anos de estudo.
Ao agregar esses dois indicadores com a média geométrica, os países desenvolvidos acabavam “penalizados” por causa da diferença, ainda que estivessem melhorando o nível de ensino com mais crianças frequentando a escola em todos os níveis.
De acordo com a ONU, o uso da média aritmética fornece um tratamento igual para ambos os indicadores e garante resultado mais realista do IDH.
FONTE:http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/07/brasil-avanca-uma-posicao-e-e-79-no-ranking-do-desenvolvimento-humano.html?utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=g1

terça-feira, 22 de julho de 2014

Entenda motivos dos dois lados do conflito entre palestinos e israelenses

Israel lançou ofensiva após ataques de foguete do grupo palestino Hamas. Violência começou após sequestro e morte de jovens de ambos os lados.
A escalada de violência que começou em junho deste ano entre Israel e palestinos é o terceiro conflito do tipo desde a tomada da Faixa de Gaza [1]pelo grupo islâmico Hamas[2], em 2007.
As raízes do confronto são antigas e, ao longo dos anos, ambos os lados foram ampliando as demandas para uma paz definitiva. Entenda as exigências históricas e os argumentos de cada lado do confronto:
MOTIVOS DE ISRAEL
Ø  O país afirma categoricamente que o Hamas é o responsável pelo sequestro e assassinato dos três adolescentes israelenses em 12 de junho.
Ø  O Hamas não só atira foguetes de Gaza para o lado israelense, como também aumentou seu arsenal, que agora pode atingir o centro de Israel como nunca antes. Israel considera que não pode ficar parado em relação à situação.
Ø  Israel alega que o Hamas esconde militantes e armas em locais residenciais em Gaza, por isso é necessário atacá-los, mesmo que isso signifique que civis estejam entre as vítimas.
Ø  Para Israel, o Hamas é um grupo terrorista que não reconhece a existência do Estado de Israel e não aceita se desarmar.
MOTIVOS DOS PALESTINOS
Ø  Um adolescente palestino foi sequestrado e morto em Jerusalém. A autópsia indicou que ele foi queimado vivo. Israel prendeu seis judeus extremistas pelo assassinato do garoto palestino, e três dos detidos confessaram o crime.
Ø  A maioria dos palestinos considera o controle israelense sobre a Faixa de Gaza abusivo e a situação humanitária insustentável. Os moradores dependem de Israel para ter eletricidade, água, meios de comunicação e até moeda.
Ø  Nos confrontos entre Israel e o Hamas, a força de ação do exército israelense é desproporcionalmente maior. Em todos os confrontos até agora, o número de mortes do lado palestino foi muito maior.
Ø  Israel deteve centenas de militantes do Hamas em sua grande busca na Cisjordânia pelos três israelenses sumidos no mês passado.
mapa gaza 19/11 (Foto: 1)
Veja abaixo perguntas e respostas sobre o conflito atual no Oriente Médio:
Como começou o confronto?

A mais recente escalada de violência começou com o desaparecimento de três adolescentes israelenses na Cisjordânia. Israel acusou o Hamas, que controla a Faixa de Gaza, do sequestro. O grupo islamita não confirmou nem negou envolvimento. Israel deslocou soldados para a área da Cisjordânia e dezenas de membros do Hamas foram detidos. Foguetes foram disparados da Faixa de Gaza contra Israel.
Os corpos dos três jovens foram encontrados em 30 de junho, com marcas de tiros. A tensão aumentou, com Israel respondendo aos disparos feitos por Gaza. No dia seguinte, um adolescente palestino foi sequestrado e morto em Jerusalém Oriental. A autópsia indicou que ele foi queimado vivo.
Israel prendeu seis judeus extremistas pelo assassinato do garoto palestino, e três dos detidos confessaram o crime. Isso reforçou as suspeitas de que a morte teve motivação política e gerou uma onda de revolta e protestos em Gaza.
No dia 8 de julho, após um intenso bombardeio com foguetes contra o sul de Israel por parte de ativistas palestinos, a aviação israelense iniciou dezenas de ataques aéreos contra a Faixa de Gaza. Os militantes de Gaza responderam aos ataques, disparando foguetes contra Tel Aviv.
Por que Israel ataca a Faixa de Gaza com foguetes?
O ponto de vista israelense é de que o Hamas cresceu acostumado a lançar foguetes e nenhum país pode tolerar isso. Não fazer nada não é uma opção e atacar fortemente o grupo é a maneira que o governo enxerga de conseguir garantir sua paz. O Estado justifica a morte de civis nos bombardeios como fatalidades e culpa o Hamas por esconder militantes e armas em locais civis.
Como informa agência Associated Press[3], Israel afirma se esforçar para minimizar os "efeitos colaterais" ao emitir sinais de alerta para moradores e antecipar ataques grandes com bombas pequenas. Além disso, os israelenses veem o Hamas como um inimigo mortal que não pode ser tolerado e, devido a suas bases radicais islâmicas, há pouca chance de diálogo.
Como o Hamas assumiu o controle da Faixa de Gaza?
A Faixa de Gaza foi tomada por Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967, e entregue aos palestinos em 2005 - embora boa parte das fronteiras e territórios aéreos e marítimos ainda sejam controlados pelos israelenses. Em 2007, o grupo Hamas - considerado terrorista por Israel - venceu as eleições parlamentares palestinas, fato não reconhecido pelo opositor Fatah[4]. O racha na administração fez com que o Hamas controlasse a Faixa de Gaza e o Fatah ficasse a cargo da Cisjordânia. Desde então, Israel e o Hamas não dialogam.
Como convivem os habitantes da Faixa de Gaza com a situação?
Para os palestinos, a situação em Gaza é insustentável. Desde a tomada do poder pelo Hamas, Israel impede a passagem por terra no norte e leste, e pelo mar a oeste, bloqueando também as viagens aéreas. O Egito completa o cerco com um controle pesado das fronteiras com a Faixa de Gaza no sul. A região de 1,7 milhões de pessoas está lotada de favelas em um território de menos de 35 km de extensão e com poucos quilômetros de largura.
Para muitos palestinos, até mesmo os que não apoiam o Hamas, os meios não convencionais como foguetes contra os que eles enxergam como causadores de seus tormentos é uma resposta considerada aceitável. Com o fracasso dos últimos 20 anos de negociações de paz para conseguir formar um Estado independente palestino, alguns temem que a ocupação da Cisjordânia[5] pode ser permanente e o que se tem é um cenário de desânimo e desespero.
Os israelenses apoiam os ataques a Gaza?
Há muita divisão em Israel e é difícil falar em um "ponto de vista israelense" - mas isso não se aplica ao Hamas e seus foguetes. Essa é uma oportunidade única para o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu. Muitos israelenses se opõem às suas políticas em relação aos palestinos em geral, e alguns realmente abominam seu apoio a novos assentamentos judaicos na Cisjordânia. Mas a vasta maioria dos israelenses não confia e se opõe ao Hamas - autores de vários ataques suicidas contra civis e detratores dos esforços de paz feitos pelos palestinos moderados. Para Netanyahu, cada derrota do Hamas é uma chance de popularidade.
O Mundo Árabe apoia o Hamas?
Políticos árabes condenam frequentemente Israel, mas poucos genuinamente morrem de amores pelo Hamas. O grupo palestino é parte de uma vertente política do Islã que, com as Revoltas Árabes, está sendo combatida em toda a região, primeiro no Egito (com a saída da Irmandade Muçulmana), mas também em países do Golfo. Até seu aliado Irã deixou de apoiá-lo e seus recursos estão se - enquanto vários países do Ocidente os consideram um grupo terrorista.
A Autoridade Palestina recentemente propôs um governo conjunto com o Hamas, mas a animosidade com o grupo secular Fatah, do presidente Mahmoud Abbas, foi mais profunda. O Hamas não aceita as condições propostas pela comunidade internacional para ser um ator global legítimo: reconhecer Israel, aceitar os acordos anteriores e renunciar à violência.
Os ataques israelenses são desproporcionais?
Na batalha pela opinião pública, Israel pode ser uma vítima de seu próprio sucesso na prevenção de fatalidades internas. Seu potente sistema de defesa "Cúpula de Ferro" abateu inúmeros foguetes do Hamas, reduzindo a pouquíssimas as vítimas israelenses durante os três últimos conflitos contra o grupo islâmico. Já o ataque do Estado judeu é intenso e deixa centenas de vítimas - muitas delas civis - do lado palestino, o que pesa negativamente na opinião pública interna e internacional.
Muitos acreditam que o Hamas pouco se esforça em não provocar Israel. A opinião pública importaria menos na Faixa - que não é verdadeiramente uma democracia - do que em Israel e é pouco provável um cenário em que o Hamas seja derrubado pela população no momento.


FONTE: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/07/entenda-razoes-de-palestinos-e-israelenses-no-conflito-do-oriente-medio.html



[1] (em árabe: قطاع غزة Qiṭāʿ Ġazzah, IPA: [qɪˈtˤɑːʕ ˈɣazza]) é um território palestino1 2 3 4 composto por uma estreita faixa de terra localizada na costa oriental do Mar Mediterrâneo, no Oriente Médio, que faz fronteira com o Egito no sudoeste (11 km) e com Israel no leste e no norte (51 km). O território tem 41 quilômetros de comprimento e apenas de 6 a 12 quilômetros de largura, com uma área total de 365 quilômetros quadrados
[2]  (em árabe: حماس, transl. Ḥamās (lit. 'Zelo' ou 'Entusiasmo', acrónimo de حركة المقاومة الاسلامية, transl. Ḥarakat al-Muqāwamat al-Islāmiyyah, "Movimento de Resistência Islâmica") uma organizaçãopalestina, de orientação sunita, que inclui uma entidade filantrópica, um partido político e um braço armado, as Brigadas Izz ad-Din al-Qassam. É o mais importante movimento fundamentalista islâmico daPalestina
[3] (muitas vezes abreviada por AP) é uma agência de notícias americana que possivelmente é a mais antiga e a maior agência do mundo, tendo sido fundada em Maio de 1846.
[4] Fatah ou Al-Fatah (em árabe: فتح; acrônimo reverso do nome حركة التحرير الوطني الفلسطيني, transl. Harakat al-Tahrir al-Watani al-Filastini, literalmente: "Movimento de Libertação Nacional da Palestina"), é uma organização política e militar, fundada em 1959 pelo engenheiro Yasser Arafat e Khalil al-Wazir (Abu Jihad), e outros membros da diáspora palestina, como Salah Khalaf e Khaled Yashruti. É a maior facção da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), uma confederação multipartidária. Pode ser definido como um partido de centro-esquerda no contexto da política palestina. É essencialmente nacionalista e Laico. O partido é menos radical que o Hamas e atualmente prega a reconciliação entre palestinos e israelenses. Esta é uma das principais razões de sua aceitação internacional.
[5]  é um território sob ocupação de Israel, reclamado pela Autoridade Palestiniana e pela Jordânia, situado na margem ocidental do rio Jordão. É limitado a leste pela Jordâniae a norte, sul e oeste por Israel.

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