quarta-feira, 24 de maio de 2017

Envergonharam suas mães

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Barbosa Nunes

Estou chocado e perplexo com os fatos. Tenho a impressão de que não sobrará ninguém no mundo político e administrativo deste sofrido e querido Brasil. Não há como projetar para 24 horas. Nosso país que em pouco mais de 20 anos teve dois presidentes impedidos por impeachment e o terceiro, parece no mesmo caminho. Então me volto para o livro “Ética e Vergonha na Cara” de Mário Sérgio Coetella e Clóvis de Barros Filho, da Editora Papiros 7 Mares, em que Cortella afirma: “A corrupção é uma das formas mais agressivas de comportamento porque está no campo público e no campo privado, portanto, algo da esfera da vida”. Clóvis não concorda: “É muito comum ouvirmos coisas do tipo: “O problema é o sistema”, argumento que serve hoje como desculpa para tudo”.
“O indivíduo vai pagar uma conta no restaurante e lhe dizem: “Estamos com um problema de sistema”, ou vai ao aeroporto e dizem: “Deu erro de sistema”. Assim, o problema seria o sistema político que levaria a práticas costumeiramente chamadas de corruptas”.
Em interpretação a frente, diz que no último instante a possibilidade de dizer não sempre existe. Lamentavelmente estes homens, grande parte colocados em seus cargos por eleição. Votados e eleitos por aqueles que estão hoje e nos últimos anos em estado de perplexidade.
Então, meus caros amigos leitores de todos os sábados, nós vivemos em mundo em que os nossos representantes, não nos representam, representam os seus interesses pessoais e de grupos. Ao ler, ouvir de viva voz, diálogos que estão chegando agora ao presidente da República, vem a pergunta: Em que mundo estamos vivendo?
Um Brasil como diz Cortella: “Se é bom para mim, tudo bem”. É a ética da conveniência. Em que esses homens, envergonhando suas famílias, levando seus integrantes a serem processados, condenados e presos, a uma exposição perante a sociedade e ainda com aquela descarada afirmativa de convencer de que eles são santos e que no momentos dos atos de corrupção, estavam “rezando na igreja”. Culpados, a imprensa, os delatores, que corruptos são tanto quanto eles, mas estão preferindo a delação, dizem, premiada. Nos Estados Unidos o delator não tem privilégios como no Brasil. Ele passa a morar em prédio modesto oferecido pelo poder público e ainda, submetido a muitos impedimentos. No Brasil, eles continuam em seus palácios.
O que é delação premiada?
Delação premiada é uma expressão utilizada no âmbito jurídico, que significa uma espécie de “troca de favores” entre o juiz e o réu. Caso o acusado forneça informações importantes sobre outros criminosos de uma quadrilha ou dados que ajudem a solucionar um crime, o juiz poderá reduzir a pena do réu quando este for julgado. Veja bem a expressão, sobre outros criminosos de uma quadrilha. Isto é, os delatores, são criminosos da mesma forma e integrantes de quadrilhas.
Muitas pessoas consideram a delação premiada como se fosse um “prêmio” para o acusado que opta por delatar os comparsas e ajudar nas investigações da polícia. Veja bem a expressão. “Opta por delatar os comparsas”.
De acordo com a lei brasileira, o juiz pode reduzir a pena do delator entre 1/3 (um terço) e 2/3 (dois terços), caso as informações fornecidas realmente ajudem a solucionar o crime.
Mas é preciso reconhecer que se não fossem as delações destes criminosos,  não seria possível a cirurgia que é feita neste tumor que de tão grande, apresenta todos os dias ramificações por toda administração brasileira.
A delação premiada está prevista por lei no Brasil desde 1999, através do decreto de lei nº 9.807 e no artigo 159 do Código Penal Brasileiro.
Dito isto, sugiro a leitura, que faço pela terceira vez, do livro “Ética e Vergonha na Cara”, em que os autores dizem: “Mãe é matriz da vida, fonte da vida, ela é a última pessoa que se quer envergonhar. Porque ética tem haver com vergonha na cara, com decência e a última pessoa que se quer envergonhar, é a mãe”.
Por exemplo: “Até bandido, assaltantes a mão armada e sequestradores dão prova disso. Já houve situações de assalto com reféns em que o sujeito, mesmo com a polícia toda em volta fazendo o cerco não se rende. Ai a polícia chama a mãe dele. Ela chega, com  bolsinha no braço e diz: “Sai daí, menino!”, e ele sai! É por isso que Cortella considera a ideia da matriz do desavergonhar uma coisa extremamente inspiradora para que jamais venhamos adotar a que me referi como ética da conveniência.
Envergonharam suas mães, buscaram resultados materiais de riqueza e sucesso de tal forma que a ganância não tem fim, que a maneira de atingir um objetivo pela honestidade acaba sendo sucateada e colocada como uma questão menor.
Concluo registrando mais uma parágrafo do livro “Ética e Vergonha na Cara”.
“Tratando diretamente da temática da corrupção, o indivíduo se vê diante da possibilidade de um fantástico enriquecimento mediante um esforço mínimo. Com a possibilidade de ganho, ele imagina, num primeiro momento, que todos os efeitos encantadores desse ganho, que é esperança, ganho de potência de vida com vislumbre, porém com a possibilidade de ser pego, de cair em desgraça, de se ver em situação muito ruim. Ai se estabelece um duelo de afetos, como se fosse uma soma de vetores, de um lado a esperança de se dar bem e de outro, o medo de se dar mal”.
A publicação nos leva a uma reflexão importante sobre como orientamos nossas escolhas, mostrando de que forma a vergonha encontra seu lugar na ética, afim de que possamos pensar e agir para além do comodismo e dos prazeres individuais.
Envergonharam suas mães.
Barbosa Nunes, advogado, ex–radialista, membro da AGI, delegado de polícia aposentado, professor e maçom do Grande Oriente do Brasil – barbosanunes@terra.com.br

FONTE:https://www.gob.org.br/envergonharam-suas-maes-artigo-327-do-irmao-barbosa-nunes/

terça-feira, 23 de maio de 2017

GESTÃO DE PESSOAS E AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS NO AMBIENTE DE TRABALHO

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Ednardo Sousa Bezerra Júnior.´.

Conviver com o outro não é uma tarefa fácil, e conviver com o outro sem entender o comportamento de cada um é praticamente impossível. A interação de pessoas em um ambiente de trabalho deve levar em consideração que as pessoas não funcionam como máquinas e não são homogêneas, portanto, deve-se compreender que no local de trabalho há uma mistura heterogenia, diferentes culturas, etnias, condições econômicas, sociais e religiosas.
Segundo o Dicionário Online de Português (www.dicio.com.br/interpessoal/), as relações interpessoais referem-se ao que ocorre entre duas ou mais pessoas. E nessa perspectiva, é imprescindível um clima harmonioso, com relações saudáveis.
Observa-se que comumente as grandes empresas investem em técnicas de relacionamento interpessoal para a resolução de problemas, a fim de solucionar os problemas gerados no convívio diário entre seus colaboradores, bem com o trato com seus clientes.  
Destarte, as relações interpessoais influem diretamente na qualidade de vida do funcionário e no resultado desejado pelo gestor no ambiente de trabalho. Isso porque, quando estamos em interação com outras pessoas, o funcionamento individual de cada um é afetado, alterando o que é  “previsto ou esperado”.
O papel do gestor é essencial neste processo, tendo em vista que, faz-se necessária uma liderança que direcione o grupo de trabalho. A sua tarefa é bastante difícil, principalmente dentro das instituições de ensino, pois precisa consolidar as atividades pedagógicas e administrativas mantendo o equilíbrio para que o sucesso escolar seja adquirido da forma desejada. Para isso é necessário e de fundamental importância que todos estejam engajados e unidos para que tudo flua de modo satisfatório.
Cada um de nós possui algumas noções sobre o comportamento e as reações de outras pessoas, e até já desenvolveu certa habilidade para lidar com as diferentes maneiras que cada um possui, porém, essas noções são empíricas e nos basearmos apenas no que “achamos” nem sempre é um bom caminho.
O gestor de pessoas deve ter uma maior sensibilidade no trato dos indivíduos que pertencem ao grupo sobre o seu comando, por fim, podemos afirma que o sucesso das atividades desenvolvidas depende da competência e harmonia do grupo comandado, sendo que o trabalho em equipe de forma harmônica é essencial no sucesso da empresa, fazendo do gestor peça fundamental neste processo.   

Aula de campo com alunos do 1º ano F da , Anastácio Alves Braga e E F M

A educação cultural e patrimonial deve ser vista como  requisito essencial na formação de pessoas criticas e reconhecedores da importância da preservação de nosso história.

Obrigado amigo Sílvio Teixeira Dos Santos​ e  Adson Benevides​, pela Parceria, sempre acolhendo com muito amor os vistantes do Museu da Pré-História de Itapipoca (MUPHI).






























segunda-feira, 15 de maio de 2017

Teoria do Design Inteligente

“Mas, afinal, o que é a TDI?” O Teoria do Design Inteligente (TDI) é uma teoria científica que emprega os métodos comumente usados por outras ciências históricas para concluir que muitas características do Universo e dos seres vivos são mais comumente explicadas por uma causa inteligente, não por um processo não guiado como a seleção natural.

A vida teria como origem de um super engenheiro um grande arquiteto da vida.


sexta-feira, 12 de maio de 2017

O TEMPO E AS JABUTICABAS


Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver 
daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquela 
menina que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ela 
chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. 
Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir 
quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos.
Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos 
para reverter a miséria do mundo. Não quero que me convidem 
para eventos de um fim de semana com a proposta de abalar o milênio.

Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir
estatutos, normas, procedimentos e regimentos internos.  
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, 
que apesar da idade cronológica, são imaturos.

Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões
 de 'confrontação', onde 'tiramos fatos a limpo'. 
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo 
majestoso cargo de secretário geral do coral.
Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: 'as pessoas 
não debatem conteúdos, apenas os rótulos'. 
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a 
essência, minha alma tem pressa...
Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente 
humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta
com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não 
foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, 
e deseja tão somente andar ao lado do que é justo.

Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse
amor absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo.'
O essencial faz a vida valer a pena."


Rubem Alves

Sedição de Juazeiro




SEDIÇÃO DE JUAZEIRO 
(minissérie completa)

A Revolta ou Sedição de Juazeiro foi um confronto ocorrido em 1914 entre as oligarquias cearenses e o governo federal provocado pela interferência do poder central na política estadual nas primeiras décadas do século XX. Ocorreu no sertão do Cariri, interior do Ceará, em reação à interferência do poder central contra a política do coronelismo. Sob a liderança de Floro Bartolomeu e do padre Cícero Romão Batista, um exército de jagunços derrotou as forças do governo federal, depondo Franco Rabelo.
Após a revolta, padre Cícero sofreu retaliações políticas e foi difamado pela Igreja Católica no fim da década de 1920. Entretanto, permaneceu como eminência parda da política cearense por mais de uma década e não perdeu sua influência sobre a população camponesa, que passou a venerá-lo como santo e profeta. Em Juazeiro do Norte, um enorme monumento erguido em sua homenagem atrai, todos os anos, multidões de peregrinos.

Origem

Com o intuito de conter seus opositores, o presidente Hermes da Fonseca criou a política das salvações que consistia em promover intervenção federal nos estados evitando que oposicionistas fossem eleitos para o governo estadual. O marechal Hermes da Fonseca decidiu intervir no estado do Ceará com objetivo de neutralizar o poder das oligarquias mais poderosas da região, que estavam sob controle do senador gaúcho José Gomes Pinheiro Machado, um político com muita influência sobre os coronéis do Norte e Nordeste brasileiro.
Eleito intendente (prefeito) de Juazeiro em 1911, padre Cícero envolveu-se na disputa com o presidente Hermes da Fonseca para manter no poder regional a família Acioly. Em 1912, a interveção federal no Ceará derrubou do poder a família Acioly, sendo nomeado interventor o coronel Marcos Franco Rabelo, havendo eleição apenas para o cargo de vice-governador, na qual padre Cícero Romão Batista foi eleito, acumulando também o cargo de intendente de Juazeiro do Norte. Naquela época, o padre Cícero já era conhecido no sertão nordestino por ser considerado um homem santo e "fazedor de milagres". Chamavam-no de "Padim Ciço".
Em 1914 Franco Rabelo rompeu com o Partido Republicano Conservador (PRC), e iniciou uma perseguição a Padre Cícero, destituindo-o dos cargos que exercia e ordenando a prisão do sacerdote.
O deputado federal Floro Bartolomeu, aliado de Pinheiro Machado, montou um batalhão para defender Padre Cícero, seu amigo pessoal. O grupo era formado por jagunços e romeiros, era a união da força de Floro com o carisma de Cícero.

O conflito

Quando os soldados de Franco Rabelo chegaram a Juazeiro do Norte se depararam com uma situação inusitada: em apenas uma semana, os romeiros cavaram um valado de nove quilômetros de extensão cercando toda a cidade e ergueram uma muralha de pedra na colina do Horto. A fortificação recebeu o nome de "Círculo da Mãe de Deus". O batalhão, ao ver que seria impossível romper o círculo, recuou e pediu reforços.
As forças estaduais retornaram à cidade do Crato e pediram reforços para destruir o Círculo. Franco Rabelo enviou mais soldados e um canhão para invadir Juazeiro do Norte. No entanto, o canhão falhou e as forças rabelistas foram facilmente derrotadas pelos revoltosos.
Após expulsar os invasores, Floro Bartolomeu parte para o Rio de Janeiro a fim de conseguir aliados. Os revoltosos seguem para Fortaleza com o objetivo de derrubar o governador.
Na capital federal, Floro consegue o apoio do senador Pinheiro Machado. Quando as forças juazeirenses chegam a Fortaleza, uma esquadra da Marinha impôs um bloqueio marítimo na orla fortalezense. Cercado, Franco Rabelo não teve como reagir e foi deposto.
Hermes da Fonseca nomeou interinamente Fernando Setembrino de Carvalho, enquanto novas eleições foram convocadas. Benjamin Liberato Barroso foi eleito governador e Padre Cícero vice novamente.

Bibliografia

  • SOUSA, Anildomá Willans - Lampião: Nem herói nem bandido... A história. Serra Talhada: GDM Gráfica, 2006.
  • TAVARES NEVES, Napoleão - Cariri: ninho da história regional, berço de heróis, de mártires e de santos. Crato: Edições IPESC-URCA, 1997.

Fonte:https://pt.wikipedia.org/wiki/Sedi%C3%A7%C3%A3o_de_Juazeiro











domingo, 7 de maio de 2017

Caldeirão do beato Zé Lourenço

Documentário da TV Assembleia do Ceará - 04/02/2012


A Carbonária



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Sobre a Carbonária, o único escritor, no Brasil, que se dedicou realmente em trazer algum esclarecimento, foi o Irmão Adelino de Figueiredo Lima, um dos primeiros contestadores de algumas das mazelas que debilitaram a nossa Ordem e que ainda debilitam. Todavia, este trabalho não comporta esse tipo de assunto por isso é que vamos transcrever apenas uma pequena introdução que ele fez da Carbonária:

"Nenhuma Sociedade Secreta fascinou tanto as multidões sequiosas de sua liberdade, ou da independência política conquistada à custa de lágrimas e sangue, quanto a Maçonaria Florestal, mais conhecida como "Carbonária", por ter sido fundada pelos carvoeiros da Hannover, como associação de defesa e de ação contra os opressores e assaltantes de sua classe. Constituída no último Quartel do Séc. XV, ela só veio a entrar na História, como organização de caráter político, após a Grande Revolução Francesa.

Na Itália, ela adquiriu fama de violenta e sanguinária, e introduzida na França por ordem de Napoleão, não tardou em converter-se na mais poderosa força oposicionista ao expansionismo do grande corso, lutando contra ele na França, na Áustria, na Espanha e em Portugal.

O nome de "Maçonaria Florestal", veio-lhe depois que irrompeu, na Itália e na França. "Maçonaria", porque os Maçons a propagavam e a protegiam, "Florestal", porque as Iniciações dos seus Membros, lembravam as dos antigos Carvoeiros de Hannover, realizadas nas florestas mais densas, a cobertos das vistas estranhas.

Os Carbonários, antes de serem investidos nos Segredos da Ordem, passavam por duras provas e prestavam os mais terríveis juramentos, como este, que eram assinados com próprio sangue:

"Juro perante esta assembléia de homens livres, que cumprirei as ordens que receber, sem as discutir e sem hesitar, oferecendo o meu sangue em holocausto, à libertação da Pátria, à destruição do inimigo e à felicidade do Povo. Se faltar a este juramento, ou trair os desígnios da Poderosa Maçonaria Florestal, que a língua me seja arrancada e o meu corpo submetido ao fogo lento por não ter sabido honrar a Pátria que foi meu berço."

Só depois deste juramento é que o Candidato recebia as insígnias de "Bom Primo", — (as insígnias de Bom Primo consistiam de um balandrau preto e Capuz, tendo bordado, em branco, no peito, um punhal (o punhal de São Constantino), com o cabo no formato cruciforme entrelaçado a uma cruz cristã.) O punhal de São Constantino não constava somente de um desenho bordado no Peito do Balandrau Preto, era também uma arma branca, que todos os Carbonários usavam — também em suas execuções — como símbolo da Ordem a qual pertenciam.

O Balandrau Preto, dos líderes, ao invés do  Punhal e da Cruz entrelaçados — possuía bordado no peito, em dourado, um sol radiante.

O brado de guerra dos Carbonários consistia em, cada um, levantar o seu punhal bem alto. Normalmente as reuniões dos tribunais carbonários eram realizadas, a exemplo dos carvoeiros de Hannover, no passado, em plena floresta, bem distante dos olhares curiosos e indevidos.

Seus julgamentos eram implacáveis e seus réus, se condenados, eram executados com a máxima eficiência. O Carbonário era, as vezes,  juiz e carrasco ao mesmo tempo. Seus afiliados (jamais podiam trair a Ordem. Os que traíram, sempre foram exemplarmente executados) se tornavam Carbonário ou executor das ordens de "Alta Venda". Em cada país a Organização da "Maçonaria Florestal" obedecia ao esquema italiano:

"Alta Venda", corpo deliberativo superior, composto de um Delegado da cada "Barraca", composta por sua vez por um Delegado de cada "Cabana"; e as "Cabanas" eram formadas por um Delegado de cada "Choça". Acima da "Alta Venda" estava porém, a "Jovem Itália", composta por um triunvirato que nas lutas pela Unificação e pela queda do Poder Temporal dos Papas, era constituído por Cavour, Mazzini e Garibaldi.

A Carbonária Italiana, a princípio, foi protegida pelo Carbonário Lucien Charles Napoleão Murat — General de Napoleão Bonaparte — e Princípe de Monte Corvo, filho do Marechal Murat, nascido em Milão, em 1803. Ele abandonou a Itália em 1815, com a derrocada de Napoleão em Waterloo, em 18.07.1815, tendo sido capturado na Espanha. Após sua libertação, seguiu para os Estados Unidos, em 1825. Ali se casou, tendo retornado a Paris em 1848.

Mais tarde, Murat foi eleito Grão Mestre do Grande Oriente, conseguindo um progresso muito grande no erguimento da Obediência, com a fundação de muitas novas Lojas.

Um dos elementos que se deve destacar na Carbonária Italiana — não pelos seus atos patrióticos, mas sim pela sua traição à Carbonária — é o Conde Peregrino Rossi. Rossi teve duas atitudes distintas: na mocidade, foi um dos mais ativistas e propagandistas dos ideais da Carbonária, merecendo o respeito de todos os Bons Primos. Todavia, de um momento para outro, bandeou-se para as hostes inimigas.

Rossi aliou-se ao Papa Gregório XVI com a finalidade de conseguir do Papa, condenações às ações dos Jesuítas. Nesse ínterim, morre Gregório XVI e sobe ao Trono de São Pedro o Papa Pio IX, ao qual Rossi se afiliou de corpo e alma. Rossi, que fora até Roma para combater o jesuitismo, volta um fiel defensor dos Irmãos de Inácio de Loyola.

É proscrito da Carbonária em 1820 e se torna um novo Saulo, convertendo-se aos ideais do Papa.

— Era o novo Judas —, gritavam em todas as "Barracas", de punhal em riste, os Bons Primos, seus antigos companheiros.

Conhecedor que era dos métodos de seus antigos companheiros, Rossi teve muita facilidade de nominar seus líderes e encher as prisões da Cidade Eterna, dando um tremendo golpe no movimento revolucionário.

Rossi cada vez mais se dedicava a uma ação repressiva, sem pensar que — desde a mais humilde "Choça" à mais pujante "Barraca", e com Giuseppe Mazzini tendo o controle de todas as "Altas Vendas" — os punhais de São Constantino eram levantados e descreviam no ar o ângulo reto das decisões fatais. A sentença estava lavrada, terrível e implacável.

Havia sido marcada uma reunião para o dia 15 de novembro, a 1 hora da tarde, com o Ministro Conde Peregrino Rossi.

Dissera Rossi no dia anterior: "— Se me deixarem falar, se me derem tempo para pronunciar o meu discurso, não só a Itália estará salva, como ficará definitivamente morta a demagogia da Península".  A demagogia da península era o movimento Carbonário.

"La causa del Papa es la causa del Dio". E o Conde Peregrino Rossi desceu as escadarias e entrou na carruagem que o levaria ao Parlamento.

Chegando à praça, a carruagem atravessou lentamente a multidão e entrou pela porta do Palácio e foi parar em frente ao vestíbulo, onde Peregrino Rossi foi saudado por assobios e gritos enraivecidos:

— Abaixo o traidor !

— Morte ao vendilhão da Pátria !

Só então Rossi se apercebeu que nem toda a consciência nacional estava encarcerada na Civiltá Véchia.

Esboçou um sorriso contrafeito para a multidão e quando se dispunha a continuar a marcha, recebeu um golpe na carótida, especialidade dos Bons Primos, que o fez tombar agonizante.

No bolso interno da sobrecasaca, ao ser recolhido o cadáver, foi encontrada a sentença de morte: "Juraste lutar pela unificação da Itália e traíste o juramento ! Lembrando: 'Juro que jamais abandonarei as armas ou desertarei do Movimento Patriótico, enquanto a Itália não for livre e entregue a um governo do Povo, para o Povo. Se eu faltar a esse juramento, prestado de minha livre e espontânea vontade, que o pescoço me seja cortado e o meu nome desonrado e apregoado como o mais vil traidor à Pátria e aos Bons Primos da Carbonária Italiana'.  Com coisas sérias não se brinca !"

Como vimos, a Carbonária estava a léguas de distância da Maçonaria, mas apesar disso, sempre foi confundida com a Maçonaria, até por Maçons bisonhos que acreditam que no passado a Maçonaria executava Irmãos e profanos que não rezassem por sua cartilha. De vez em quando, ouvimos um Irmão dizer que a Maçonaria precisa voltar a ser o que era no passado, e executar os maus elementos da sociedade.

A Maçonaria em tempo algum executou os maus elementos da sociedade. Quem, às vezes fez isso, foi a Carbonária, a Santa Vehme, a Maçonaria não. A Maçonaria sempre foi pacífica, respeitadora da lei e ordem. Só usando sua estrutura fechada para conspirar contra os maus regimes políticos e algumas instituições nocivas, mas sempre ordeira e pacificamente. Seus membros, sim, às vezes, independentemente de suas Lojas, se filiavam a movimentos ou grupos vingadores.



Fonte:http://glesp.org.br/artigos/57-a-carbonaria.html

terça-feira, 2 de maio de 2017

POLÍTICO NÃO É AUTORIDADE



Prof: Ednardo Sousa Bezerra Júnior.´.

DEMOCRACIA REPRESENTATIVA é o exercício do poder político pela população eleitora não diretamente, mas através de seus representantes, por si designados, com mandato para atuar em seu nome e por sua autoridade, isto é, legitimados pela soberania popular.
Em outras palavras quando um vereador está na Câmara Municipal, a sua fala é correspondente com a fala e os direitos dos indivíduos que o colocaram lá. Então os políticos brasileiros estão realmente nos representando? Ou estão preocupados com a reeleição?
Precisamos entender que POLÍTICO NÃO É AUTORIDADE, mas um cidadão com poderes de responder por parte de uma população. Cargo político não é profissão. O vereador, assim como o prefeito e os demais políticos assumem um contrato temporário entre eleito e eleitor, tendo como objetivo deste acordo a contratação de um indivíduo a fim de administrar o bem público, e nunca em razão do interesse individual. Uma vez que, quem paga o salário, não só dos políticos, mas de todos os funcionários públicos somos nós, o POVO, através de uma carga tributária extremamente pesada.
Portanto, é mais que justo cobrarmos um serviço de total qualidade, pois pagamos caro por saúde, educação, segurança, infraestrutura e etc.  
Fica a reflexão: o que nossos representantes estão fazendo para honrar a confiança depositada no dia que nós os contratamos para gerenciar o bem comum?

SOLIDARIEDADE NA MAÇONARIA

  SOLIDARIEDADE NA MAÇONARIA Ednardo Sousa Bezerra Júnior.´. “É fácil amar os que estão longe. Mas nem sempre é fácil amar os que vivem ao n...